A vacina contra a gripe pode deixá-lo deprimido?

Texto da Dra. Kelly Brogan.

Seu médico ou farmacêutico de confiança lhe avisou que a vacina contra gripe poderia colocar sua saúde mental em risco?

De acordo com as pesquisas mais recentes, a vacina, que é notoriamente ineficaz (1, 2, 3), indutora da doença (4, 5) potencialmente paralisante (6), e até mesmo letal (7, 8) a vacina contra a gripe tem um efeito colateral adicional a ser acrescentado à lista: depressão.

Poder-se-ia imaginar que os pesquisadores estivessem examinando exaustivamente os condutores da depressão, uma vez que é a principal causa de incapacidade em todo o mundo. Não estão os cientistas que estudam alimentação, exposição a substâncias tóxicas, estresse agudo e crônico, desequilíbrio endócrino e autoimune, efeitos colaterais de medicamentos e combinações sinérgicas especiais, todos esses contribuintes para a depressão, estudando para aprender sobre o papel deles? Não exatamente. A crença predominante é que a depressão é uma doença causada por um defeito químico cerebral hereditário. Então, por que estudar esses impulsionadores de doenças depressivas – incluindo produtos farmacêuticos como vacinas – se você herdou do seu pai? Se está em seus genes, e você está fadado a desenvolver depressão, certo?

Mas a ciência mais recente está contando uma história muito diferente do modelo do determinismo genético sobre a nossa saúde. E se doenças como a depressão pudessem ser influenciadas pelas escolhas que você faz e pela maneira como você vive? É por isso que você precisa conhecer uma história mais completa sobre saúde e doença, especialmente as limitações e riscos até então ignorados pela medicina farmacêutica.

Somos mais que botões e alavancas: além do modelo de desequilíbrio químico.

Todos concordamos que ler sobre um prato em um menu não é o mesmo que degusta-lo e comê-lo. Ou que analisar os componentes químicos de um prédio demolido não nos diz nada sobre como era andar por seus corredores.

Da mesma forma, é importante lembrar que a biologia moderna é uma ciência derivada de análises de tecidos mortos, células crescendo em ambientes artificiais e fluidos isolados, e é baseada na mecânica linear newtoniana que agora está sendo exposta por suas limitações em sistemas complexos.

Basta dizer que nossos corpos são sistemas complexos. E é por isso que novos modelos científicos estão surgindo para abraçar essa complexidade. Somos todos parte da transição desajeitada mas excitante de uma abordagem reducionista linear para uma abordagem quântica que invoca realidades não lineares, imprevisíveis e subjetivas para começar a compreender a natureza impressionante da experiência humana nessa teia da vida.

E assim é com a psiquiatria e a saúde mental. Por décadas, pesquisadores vêm explorando a possibilidade de que a depressão não seja um cérebro danificado, mas sim uma resposta sensata ao estresse percebido – seja físico, emocional ou psicológico. E que o corpo expressa seus esforços para se adaptar através de um termo agora muito familiar – a inflamação.

Venha comigo deixar para trás a teoria do desequilíbrio químico e vamos nos mover em direção a um paradigma muito mais elegante chamado psiconeuroimunologia. Na verdade, esse paradigma nem é novo, é provável que seja novo para você devido ao atraso de 17 anos (9) entre a ciência e sua ampla aceitação.

Psiconeuroimunologia e o papel da inflamação

Cunhada em 1975 (10) e posteriormente pesquisada por pioneiras do sexo feminino, como as dras. Candace Pert e Joan Borysenko, a psiconeuroimunologia descreve a conexão entre o intestino, o cérebro, os hormônios e o sistema imunológico – todos ligados pela resposta ao estresse. Essa resposta ao estresse é invocada sempre que estamos fora de alinhamento – psicológica, física ou emocionalmente.

Nesse modelo, a depressão é uma síndrome de “incompatibilidade evolutiva”. (11) É uma expressão, na parte do nosso sistema imunológico, do estresse causado por um ambiente evolucionário sem precedentes que não está em sincronia com nossa saúde ideal.

Esses estresses incluem a falta de contato com a natureza e com o ritmo circadiano natural da luz solar, juntamente com o consumo de uma dieta processada e pobre em nutrientes e a exposição a produtos químicos industriais como pesticidas e plásticos.(12) A comunicação da resposta ao estresse é mediada por mensageiros na forma de substâncias químicas chamadas citocinas. Citocinas pró-inflamatórias, como IL-6 e TNF-alfa, mostraram ter uma relação linear e preditiva com estados depressivos. (13) Isso significa que quanto mais altos os níveis séricos de IL-6 e TNF-alfa maior é a chance de alguém ser diagnosticado com depressão. De fato, o papel das citocinas pró-inflamatórias na condução dos sintomas depressivos foi primeiramente elucidado em pacientes com hepatite que foram tratados com Interferon, uma poderosa citocina pró-inflamatória; esses pacientes desenvolveram depressão a uma taxa de 45%. (14)

A conexão entre inflamação e depressão é tão bem conhecida pelos pesquisadores que os cientistas injetam substâncias pró-inflamatórias em animais para induzir depressão. Por exemplo, muitos modelos de depressão em animais são criados pela administração de lipopolissacarídeo (LPS) ou endotoxina,(15) um componente bacteriano que pertence ao intestino, e não à corrente sanguínea. Em alguns estudos, os pesquisadores injetam a vacina contra o tifo para induzir inflamação e sintomas depressivos.(16)

Esses modelos demonstram, inadvertidamente, o entendimento agora emergente de que a inflamação no corpo pode trafegar para o cérebro, propagando uma resposta ao estresse que leva a sintomas depressivos. Até mesmo o estresse psicológico pode induzir uma resposta corpo-cérebro – tudo através da linguagem compartilhada do sistema imunológico e dos mensageiros inflamatórios. (17 18 19)

Referidos como “síndrome da doença,” (7) os modelos de depressão inflamatória são caracterizados por sintomas projetados para realocar recursos energéticos para a recuperação. Esses sintomas incluem perda de apetite e interesse social, irritabilidade, lentidão de pensamento, baixa libido, aumento do sono, anedonia e letargia. A depressão foi provavelmente uma resposta adaptativa (20) em nossa história de estressores infecciosos agudos, mas se tornou crônica e incapacitante em um cenário de ataque crônico e implacável a nossos sistemas de resposta.

Agora que sabemos que o estresse induz à inflamação, e essa inflamação pode aumentar a sensibilidade de uma pessoa a mais estressores e inflamações, (21), devemos examinar as intervenções médicas pró-inflamatórias com muito mais escrutínio.

Vacinas: Um medicamento preventivo pró-inflamatório?

Criadas há mais de um século (antes da descoberta da estrutura de dupla hélice do DNA, em 1953, da transcriptase reversa e do microbioma), as vacinas destinam-se a induzir uma resposta imune persistente, de baixo grau. As vacinas são projetadas para ser inflamatórias. Foi inicialmente pensado que as vacinas poderiam criar uma resposta imune previsível ditada pelo” braço Th2″ do chamado sistema imunológico adaptativo e levar à produção de anticorpos. Na teoria, esses anticorpos gerados pela vacina se prenderiam ao vírus invasor ou bactéria tornando a “ameaça” inofensiva.

No entanto, uma compreensão mais sutil do papel do sistema imune inato e do braço Th1 do sistema imune adaptativo tornou o modelo de anticorpos incompleto. (22)

As ligações inextricáveis entre os diferentes elementos do sistema imune revelaram que a estimulação de um braço do sistema imune adaptativo, isto é, a imunidade Th2, pode resultar em efeitos não intencionais relacionados à imunidade inata e ao Th1.

Um exemplo dessas consequências não intencionais de ajustes em um sistema complexo é a evidência de que a vacina da gripe aumenta a vulnerabilidade à infecção viral. Especificamente, os dados publicados sugerem que a vacina contra a gripe: ·

· Impede o desenvolvimento de células específicas de imunidade ao vírus CD8 + T. (23)

· Induz um aumento de 3 vezes na hospitalização de receptores de vacina contra gripe em pediatria. (24)

· Induz um aumento de 4,4 vezes no risco de infecção viral não influenza após receber a vacina trivalente contra a gripe. (25)

· Induz um risco até 2,5 vezes maior de tratamento médico para H1N1 após o recebimento da vacina trivalente contra a gripe de 2008. (26)

Os inúmeros ingredientes das vacinas podem, cada um independentemente, e talvez sinergicamente, invocar o que é chamado de resposta de perigo celular, (27) ou um alerta ao sistema de alarme que desencadeia inflamação e a autoimunidade a jusante. (28)

Esta resposta foi demonstrada em um dos estudos mais preocupantes sobre a vacina contra a gripe conduzidos em gestantes grávidas, em que encontraram um aumento estatisticamente significativo em um marcador inflamatório denominado proteína C-reativa até três dias após a injeção. (29) É claro que esse efeito pode ter desempenhado um papel causal no aumento de 116 vezes na morte fetal durante a temporada de gripe de 2009-2010. (30)

O rótulo da FLUARIX afirma claramente que esta vacina não foi demonstrada ser segura ou eficaz para mulheres grávidas ou mães que amamentam – então, por que essas mulheres são pressionadas a receber a vacina contra a gripe??

Dados anteriores sobre depressão induzida por vacinação

A escassez de dados sobre a segurança e eficácia das vacinas, que resumi em um artigo indexado e revisado por pares chamado Psychobiology of Vaccination Effects, (31) é consistente com a abordagem “coloque no mercado e na lista recomendada” que é a agenda da indústria farmacêutica/vacinal.

Ignorando as muitas variáveis bem estabelecidas que afetam a imunidade, produtos farmacêuticos, como as vacinas, baseiam-se na suposição ilusória de que uma verdadeira bomba corporal de tóxicos injetados poderia ter apenas um efeito específico desejado em algo tão complexo quanto a imunidade.

Alguns estudos questionaram os aspectos de saúde mental das vacinas e os dados são provocativos. Em um estudo convincente, o papel do estilo de vida como um fator de risco específico para lesão psiquiátrica provocada por vacina foi explorado em um estudo em que meninas de 12 anos foram vacinadas com vírus vivo atenuado de rubéola. Os indivíduos vacinados, de classes socioeconômicas mais baixas, exibiram maior gravidade de humor deprimido, juntamente com problemas sociais, atencionais e comportamentais. (32)

De forma semelhante, em um estudo randomizado, de homens saudáveis, controlado por placebo, a vacina contra o tifo produziu níveis mais altos de citocina inflamatória IL-6 quando os sujeitos foram subjetivamente estressados. Esses indivíduos estressados e inflamados tiveram alterações hormonais, no neurotransmissor e nos estados de humor subjetivo. (33)

Em um estudo controlado por placebo, verificou-se que os receptores de vacina contra o tifo “produziram uma resposta inflamatória robusta, indexada pelo aumento da IL-6 circulante, acompanhada por um aumento significativo de fadiga, confusão e concentração prejudicada”. (34)

Esses poucos estudos foram esforços preliminares para contribuir para uma perspectiva mais sofisticada do papel da inflamação em resposta à vacina e aos efeitos adversos.

O mais recente estudo: depressão inflamatória induzida pela vacina contra a gripe

Como a lista de estudos que examinam o papel da vacinação no início da depressão é tão pequena, essa última contribuição é muito significativa. Intitulado Dentro do tema associações entre inflamação e características da depressão: Usando a vacina contra a gripe como um estímulo inflamatório leve, (35) Kuhlman et al. ousou investigar este mesmo tópico.

Neste estudo, 41 estudantes receberam a vacina trivalente contra influenza sazonal e mantiveram registros diários de humor, sentimentos de desconexão social, qualidade do sono e sintomas físicos por uma semana antes e depois da vacina contra a gripe. Os cientistas mediram os níveis sanguíneos de IL-6 imediatamente antes e um dia após a vacinação. Os resultados falam por si.

Em quase todos os pacientes (32 de 41), a vacina contra gripe aumentou os níveis sanguíneos de IL-6 (média mostrada pela linha vermelha).

Os pesquisadores correlacionaram os aumentos de IL-6 com medidas de depressão, sono, confusão e isolamento social. No geral, quanto mais a IL-6 de uma pessoa aumenta, mais deprimidos e confusos ficam.

O estudo conclui com a seguinte afirmação: “Em consonância com as nossas hipóteses, aumentos maiores na IL-6 foram associados com maior humor deprimido e maior confusão na semana seguinte à vacinação”.

Um tamanho serve para todos?

A nova biologia está falando. Está dizendo que não somos máquinas. Não somos sujeitos intercambiáveis em um estudo randomizado, e não somos apenas nossos corpos. Somos nossas crenças, nossos fatores de estresse, nossas dietas, nossas exposições, nosso senso de significado e propósito. Somos nosso microbioma, nosso funcionamento mitocondrial e nossa própria expressão epigenética pessoal. E cada um de nós tem uma história diferente, através da qual nossos tópicos de saúde criam um enredo.

Não pode haver uma intervenção de igual tamanho para todos que negue toda essa realidade a serviço do lucro e do dogma.

Sabemos, por exemplo, que mulheres experimentam taxas mais altas de efeitos adversos, e taxas mais altas de depressão após a vacinação, de acordo com pesquisas preliminares. E quanto aos nossos filhos, mais de dois milhões dos quais estão agora tomando um antidepressivo, apesar da evidência omitida de que esses medicamentos podem ser ineficazes e letais? E aqueles de nós cujos corpos já estão transbordando devido a toda carga e um dia sucumbimos à propaganda midiática e nos dirigimos ao consultório do nosso médico para tomar essa vacina? Quem conectará os pontos entre causa e efeito para que essas pessoas não sejam agredidas com outro rótulo de diagnóstico, desta vez psiquiátrico?

Seu corpo não foi projetado com um sistema imunológico defeituoso, inadequado ou incompleto. Foi projetado para soar o alarme quando sai da rota.

À medida que a pesquisa científica básica ilumina a complexidade da saúde humana, somos também levados gentilmente de volta ao básico e ao poder superlativo da medicina do estilo de vida para curar as lesões que infligimos a nós mesmos.

“O próprio homem emergiu de uma linha descendente que começou com a vida microbiana, uma linha comum a todas as espécies de plantas e animais…{ele} depende não apenas de outros seres humanos e do mundo físico, mas também de outras criaturas – animais, plantas, micróbios – que evoluíram junto com ele. O homem acabará destruindo a si mesmo se eliminar impensadamente os organismos que constituem os elos essenciais na complexa e delicada teia de vida da qual ele faz parte. ” René Dubos

Referências:

1 https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29388196

2 https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29388195

3 https://www.jeremyrhammond.com/2018/02/07/should-you-get-the-flu-shot-every-year-dont-ask-the-new-york-times

4 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22423139

5 http://journals.plos.org/plosmedicine/article?id=10.1371/journal.pmed.1000258

6 https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28581273

7 https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20433361

8 https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20809843

9 http://journals.sagepub.com/doi/abs/10.1258/jrsm.2011.110180

10 https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/1162023

11 https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25060574

12 https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4318214

13 https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3331928

14 https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3331928

15 https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25639499

16 https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19409533

17 https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3140295

18 https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22900942

19 https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4300916

20 https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5470737

21 https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0306452215000135

22 https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22386268

23 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21880755

24 http://www.eurekalert.org/pub_releases/2009-05/ats-fsn051209.php

25 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22423139

26 http://journals.plos.org/plosmedicine/article?id=10.1371/journal.pmed.1000258

27 https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3443751

28 https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9115571

29 https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21945263

30 https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23023030

31 https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26348610

32 https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9695135

33 https://www.researchgate.net/publication/23299963_Synergistic_effects_of_psychological_and_immune_stressors_on_inflammatory_cytokine_and_sickness_responses_in_humans

34 https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19409533

35 https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29458196

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Tradução: Lia Beatriz Fleck

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