7 Fatos Sobre a Depressão Que Vão Surpreender Você

por Kelly Brogan, MD

 

 

 

Adaptado de A Mind of Your Own: How Women Can Heal Their Bodies to Reclaim Their Lives

Uma tragédia silenciosa está acontecendo nos serviços de saúde da América na atualidade, mas que raramente é abordada. Foi-nos contada uma história sobre a depressão: ela é causada por um desequilíbrio químico e curada por uma correção química – comprimidos prescritos. Mais de 30 milhões estão usando antidepressivos, incluindo uma em cada quatro mulheres com mais de 40 anos. Milhões de pessoas ficam seduzidas a tentar acabar com a aflição, a irritabilidade e o “caos” emocional – uma agitação interior exaustiva que parece impossível de resolver.

Mas as pessoas estão começando a despertar para a verdade: uma correção farmacêutica não pode curar o que nos aflige. Alguns chegam a questionar o caminho da prescrição após tomar antidepressivos e não conseguirem melhorar, ou mais precisamente, imaginando quem seriam sem eles. Outros testemunham os efeitos dos psicotrópicos nas pessoas próximas e não querem seguir o mesmo caminho. Conheci pessoas que acreditavam que os antidepressivos as estavam ajudando por algum tempo, mas ao longo do caminho sua voz interior lhe disse: “Isso não parece correto”. Essas são as pessoas que me procuram, buscando desesperadamente por uma alternativa à armadilha da medicação. Demasiado frequentemente, esse caminho é uma opção completamente ocultada da nossa visão.

Para quem procura a cura para a depressão, não apenas um Band-Aid – se não está disposto a aceitar um diagnóstico vitalício que precisa ser administrado (com pílulas) – saiba que o seu Curador Interno está falando com você. Meu trabalho é ajudar a se sintonizar com essa voz. Eu realmente acredito que o papel de um médico é apoiar o processo de cura natural do paciente. Enquanto instruo cuidadosamente meus pacientes sobre o que já funcionou para centenas de outras pessoas em minha prática, é a sabedoria inata e infalível de uma pessoa que faz a cura. Nosso corpo sabe o que fazer; nós só precisamos sair do caminho!

Às vezes, o que está no caminho são algumas crenças que não estão a serviço do nosso bem maior. Estas podem incluir crenças ultrapassadas sobre a depressão e como tratá-la. A ciência do cérebro é um campo relativamente novo, e a verdade é que a maioria dos médicos não tem ideia do que realmente está acontecendo no corpo quando a depressão se apresenta. Como psiquiatra clínica, atuando há uma década, tenho estado em ambos os lados do receituário. Minha própria experiência em ter que amargar potencialmente uma vida inteira usando medicação após um diagnóstico de tireoidite de Hashimoto me levou a um profundo mergulho na literatura científica para descobrir a verdade sobre a depressão. Eu descobri que havia muito mais sobre essa história.

Esta jornada, profundamente pessoal, alterou o modo como pratico a medicina e a maneira como vivo minha vida. Me levou ao desenvolvimento de um protocolo totalmente natural e livre de drogas que reverteu completamente a minha doença autoimune “incurável”. Dez anos depois, ainda uso esse mesmo protocolo para tratar com sucesso centenas de pacientes deprimidos – sem medicação. Quero compartilhar as crenças fundamentais deste protocolo com você e dissipar alguns dos mitos desconcertantes sobre a depressão que você pode ter inadvertidamente aceitado ao longo do caminho. Entender o que realmente está acontecendo dentro do seu cérebro e corpo é um passo poderoso em direção à aceitação. E é apenas aceitando, até mesmo abraçando, esse aspecto da sua experiência de vida que você pode começar a passar por ela. Aqui estão sete fatos cruciais, ainda que pouco conhecidos, sobre a depressão que podem ajudar a esclarecer as coisas e capacitá-lo a se mover graciosamente através da tempestade.

1. A Depressão não é um desequilíbrio químico

Em seis décadas, nem um único estudo comprovou que a depressão é causada por um desequilíbrio químico no cérebro. Deixe isso se incorporar em você por um momento. É a história que literalmente todos tem escutado. Parece oficial, médico e até compreensível que um complexo coquetel de substâncias químicas cerebrais possa ter dado errado de maneira repentina e permanente. Talvez você consiga até imaginar o processo de diagnóstico desta forma: uma paciente do sexo feminino relata sentimentos de estar sobrecarregada a seu médico. Ela é encaminhada a um psiquiatra, onde passa por uma extensa bateria de testes em seu cérebro para determinar quais substancias químicas específicas estão deficientes ou excessivas em seu cérebro. Usando esses resultados, o médico prescreve uma formulação específica de medicamentos para restaurar o equilíbrio de sua mente diferenciada. Exceto que nada disso é o que realmente acontece.

Antes de podermos qualificar algo como anormal, devemos primeiro estabelecer o que é “normal”. Uma fórmula normal de substâncias químicas cerebrais nunca foi estabelecida, porque nem a comunidade científica nem o campo da neurociência foram capazes de definir o estado cerebral ideal. Nós nem sabemos como avaliar isso! Não que os cientistas não procurem por pistas. O mito do desequilíbrio químico, ou teoria da serotonina da depressão, implica que a falta de serotonina, a chamada química do bem-estar, resulta em estados emocionais deprimidos. Uma meta-análise de 2009 examinou esse potencial, explorando os registros de 14.000 pacientes deprimidos, procurando uma relação causal entre um gene que transporta a serotonina (chamado 5-HTTLPR), eventos de vida estressantes e risco de depressão. Nesta revisão abrangente de dados publicados e histórias de casos individuais, os pesquisadores concluíram que não havia nenhuma ligação entre baixa serotonina e depressão, nem qualquer ligação entre eventos de vida estressantes e alterações nos níveis de serotonina. Pelo contrário,o número de eventos de vida estressantes é que foram significativamente associados à depressão.

Não é a sua serotonina

Uma revisão de vários trabalhos publicados sobre a teoria da serotonina em 2015 intitulado “A serotonina é um estimulador ou depressor?” desconstrói a premissa de que a baixa serotonina seja a responsável pelos estados de ânimo. Os autores expõe os meandros do sistema serotonérgico de nossos cérebros, uma complexa rede neurológica que evoluiu para regular a produção de energia. Apesar desta função crítica, o sistema serotonérgico não é amplamente estudado na comunidade médica ocidental. Os autores expressam inquietação com a prevalência de inibidores de recaptação de serotonina (ISRS), que elevam artificialmente os níveis de serotonina no cérebro. Eles explicam que os altos níveis de serotonina, e não a baixa serotonina, têm sido associados a múltiplos transtornos depressivos. Quando o ISRS eleva artificialmente a serotonina, a homeostase energética é interrompida e os sintomas frequentemente pioram. Finalmente, os autores postulam que a redução dos sintomas após o início do ISRS não é um efeito farmacológico direto da droga, mas sim uma resposta compensatória natural do cérebro, na tentativa de restaurar a homeostase energética.2 

Finalmente, se a serotonina baixa fosse a raiz da maioria dos casos de depressão, por que todos estão tomando antidepressivos, mas ninguém está melhorando? Nos últimos quinze anos, aproximadamente, o uso de antidepressivos aumentou 65% nos Estados Unidos.3 Isto deveria resultar em alívio da depressão em muitas pessoas, certo? Não é isso que os dados nos mostram. Ao examinar os resultados de saúde das pessoas que tomam antidepressivos, em comparação com aqueles que não tomam medicação, o aumento na prescrição de medicamentos realmente resulta em aumentos na gravidade e na duração da doença mental.

Uma meta-análise canadense, de 2004, procurou determinar o impacto do tratamento com antidepressivos na população canadense, especificamente o efeito dos antidepressivos na duração dos episódios depressivos e na frequência das recaídas. Os resultados mostraram que os episódios depressivos duraram mais tempo para os usuários de antidepressivos do que para os não usuários e ocorreram com mais frequência, duas tendências de saúde que decididamente não são para o bem do público. Os pesquisadores concluíram que, apesar da crença prevalecente na comunidade médica moderna de que a depressão é sub-tratada, existe uma necessidade poderosa de abordar “a falta de evidência epidemiológica que confirme os benefícios para a saúde da população do aumento do tratamento com antidepressivos”.4 

Quero reiterar este ponto muito importante: não há nenhum teste médico padronizado para determinar os níveis das substancias químicas cerebrais que causam depressão, nem há um estado que defina a normalidade. Como tal, não há prescrição médica que nos restaure ao normal, por mais que desejemos. Os antidepressivos têm mostrado agravar os sintomas da depressão, com os usuários experimentando episódios depressivos piores que duram mais e ocorrem com mais frequência. E este é apenas um dos mitos potencialmente prejudiciais sobre a depressão que precisamos eliminar!

2. A Depressão é frequentemente uma condição inflamatória

Quando a depressão se apresenta, por razões menos que óbvias, é frequentemente uma manifestação de anormalidades sistêmicas que se originam longe do cérebro. Para muitos, se não para a maioria dos meus pacientes, a depressão começou no intestino. Quando uma mulher entra em meu consultório descrevendo sintomas de fadiga, confusão mental, humor apático, TPM e prisão de ventre, juntamente com ansiedade persistente e se sentindo sobrecarregada, já sei que a inflamação crônica está impulsionando o quadro. A primeira coisa que todos os meus pacientes fazem (e isso é requisito para trabalhar comigo!) é uma dieta de 30 dias altamente comprometida, projetada para eliminar todos os gatilhos inflamatórios causados por alimentos. Alguns podem achar isso difícil de acreditar, mas depois de um mês de adesão estrita a essa maneira de comer, fazendo desintoxicação e meditação, a maioria dos meus pacientes não precisa de mais intervenções. É sério! Muitos, estavam lutando contra a depressão por décadas, tomando todas as drogas prescritas ao longo do caminho. Alguns haviam tentado suicídio ou foram hospitalizados por episódios maníacos extremos – todos NÃO são pessoas que se acham doentes sem o estar! Mas apesar de ter diagnósticos severos e de longo prazo, uma vez que abordamos a inflamação crônica que os mantinha em estado perpétuo de alerta máximo, todos os sintomas de depressão diminuíram. Ouvi isso várias vezes, e é sempre música para os meus ouvidos: “Eu me sinto como eu mesmo pela primeira vez em anos. . . décadas . . . minha vida inteira.” Então, o que exatamente está acontecendo e o que a inflamação tem a ver com isso?

A literatura médica tem enfatizado o papel da inflamação na doença mental por mais de vinte anos.5 Você pode se perguntar por que nunca ouviu falar sobre isso ou por que seu médico não explorou isso antes de prescrever remédios. A isso podemos agradecer ao período de tempo de cerca de 17 anos que leva desde que uma descoberta clínica é feita até que essa “nova” informação finalmente entre na rotina de seu  médico.6 Estou aqui para mostrar a você como acelerar!

A Depressão é como uma febre

Considere que a depressão é como uma febre de origem desconhecida; você sabe que seu corpo está quente, mas não sabe o que a está causando isso. Os sintomas depressivos são a manifestação, muito parecida com uma febre, derivados de muitos efeitos causados aos hormônios e neurotransmissores. Se nadarmos até a fonte, encontraremos um rio de marcadores inflamatórios circulando. A fonte da inflamação pode ter uma causa singular, como infecção no corpo, ou multifacetada, alguém exposto a muito estresse, dieta deficiente e substâncias ambientais tóxicas. A literatura médica nos diz que a inflamação é um determinante altamente relevante de sintomas como:

  • Humor apático 
  • Pensamento lento 
  • Comportamento de negação 
  • Alterações de percepção 
  • Mudanças metabólicas

Você consegue ver com que facilidade esses sinais de inflamação podem ser rotulados como depressão, confusão mental, falta de alegria, mudanças de humor ou alguém agir como louco? Essas importantes associações entre humor, comportamento e depressão foram possíveis graças aos biomarcadores. Simplificando, um biomarcador é um ponto de dados biológicos através do qual as mudanças dentro do organismo podem ser medidas. Quando um marcador está baixo ou alto, nos dá uma pista de que algo está acontecendo dentro do corpo que está perturbando o equilíbrio. As citocinas são biomarcadores que transmitem as mensagens do sistema imunológico. A presença no sangue de citocinas específicas é um indicador claro de que a inflamação está presente no corpo.

A pesquisa mostrou que em casos de depressão melancólica, transtorno bipolar e depressão pós-parto, os glóbulos brancos expressam genes pró-inflamatórios que causam secreção de citocinas.7 O efeito que isto tem no indivíduo é um efeito dominó incrível da bio-inteligência: aumento de citocinas leva à diminuição da sensibilidade ao cortisol – o hormônio do estresse do corpo e tampão contra a inflamação.8 Isso mantém o ciclo de inflamação indo adiante. Uma vez acionados no corpo, esses agentes inflamatórios transferem informações para o sistema nervoso, tipicamente por meio da estimulação dos nervos principais, como o vago, que conecta o intestino e o cérebro.9 Células especializadas no cérebro, chamadas micróglia, são ativadas pelo estado inflamatório. A micróglia ativada produz uma enzima que demonstrou direcionar o triptofano, um aminoácido essencial, para longe da produção de serotonina e melatonina e para a produção de ácido quinolínico, que está ligado a sintomas de ansiedade e agitação.10 Essas são apenas algumas mudanças biológicas que podem ocorrer quando a inteligência inata do seu corpo conspira para mostrar ao seu cérebro que sabe o que está errado. É um sistema de alarme inteligente incrível!

3. Os efeitos colaterais dos antidepressivos podem causar sérios danos

Como demonstrado anteriormente, têm sido relevado em estudos científicos de longo prazo que os antidepressivos pioram o curso da doença mental.11 Este é apenas um exemplo do profundo abismo que existe entre a percepção pública da eficácia dessas drogas e a realidade clínica. Outra importante verificação de realidade que precisa ocorrer antes dos médicos prescreverem é uma discussão franca com o paciente sobre os riscos dos antidepressivos. A definição de consentimento informado é “o consentimento de um paciente para um procedimento médico após ser devidamente informado sobre os fatos médicos relevantes e os riscos envolvidos”.12 Sabe-se, de maneira inequívoca, que os pacientes não estão sendo adequadamente informados sobre os reais riscos dos danos causados ​​por antidepressivos.

Se o paciente receber qualquer informação explicativa, geralmente é um panfleto promocional produzido pela empresa farmacêutica. Esses listam os possíveis efeitos colaterais em uma fonte imperceptível, apresentado da mesma maneira informal com que os fabricantes de medicamentos os veiculam nos comerciais de TV. Quaisquer dados sobre a eficácia do medicamento serão o resultado personalizado de estudos escolhidos a dedo que relatam resultados de forma decididamente distorcida. Os fabricantes de medicamentos auto financiam a maioria dos estudos feitos sobre um determinado medicamento, de modo que têm interesses instituídos em bons resultados. Se isso não é o que os estudos mostram, podem optar por não publicar os resultados, aumentando a chance de que os dados sejam deixados de fora de análises futuras do desempenho do medicamento. Uma revisão especial publicada no New England Journal of Medicine aborda esse problema de frente. Intitulada “Publicação Seletiva de Ensaios sobre Antidepressivos e Sua Influência na Eficácia Aparente”, os autores declaram claramente que “A medicina baseada em evidências é valiosa [apenas] na medida em que a base de evidências é completa e imparcial.”13 Quando resultados válidos do estudo são omitidos, são feitas avaliações irreais sobre a eficácia da droga. Ainda pior, os índices de risco-benefício são distorcidos em favor das empresas farmacêuticas – em detrimento de cada paciente, cujo direito ao consentimento informado pleno, sobre os riscos reais da medicação, fica sub-repticiamente comprometido.

Mas papo furado e texto invisível não apagam o real perigo que as pessoas que tomam esses medicamentos estão correndo. A gama de possíveis efeitos colaterais é vasta devido à biologia individual e fatores únicos de estilo de vida (como outros medicamentos que as pessoas já podem estar usando ou condições de saúde que podem estar presentes). Vamos focalizar nossa lente em alguns riscos sérios que foram documentados como resultado do tratamento com antidepressivos.

Dano hepático. Um estudo de 2013 dispara um tiro de alerta: “Todas as drogas antidepressivas podem causar danos potenciais ao fígado, mesmo nas doses recomendadas, e alguns grupos são mais vulneráveis ​​do que outros.” Publicado no American Journal of Psychiatry, os pesquisadores determinaram que a lesão do fígado induzida por antidepressivos pode ser irreversível e tem sido subestimada (ou apenas subnotificada?) na literatura científica.14

Ganho de peso. O ganho de peso pode não parecer um efeito colateral grave, especialmente se você acredita que está se beneficiando dos remédios; no entanto, o ganho de peso pode significar distúrbio metabólico generalizado. Uma pesquisa realizada em 2000 15 classificou os seguintes tipos de medicamentos em ordem de impacto sobre o peso corporal, do mais alto ao mais baixo:

  • Antidepressivos tricíclicos (ADTs)
  • Inibidores da monoamina oxidase (IMAOs)
  • Mirtazapina
  • Paroxetina
  • Inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRSs) 
  • Bupropiona e Nefazodona (nenhuma diferença foi notada)

Disfunção sexual. A incidência de disfunção sexual foi um dos primeiros efeitos colaterais amplamente divulgados dos antidepressivos que atraiu a atenção das pessoas. Os primeiros estudos verificaram essas preocupações generalizadas. Um estudo inicial publicado no The Journal of Clinical Psychiatry relatou uma ocorrência de 43,3% de disfunção sexual entre o grupo de adultos sexualmente ativos usando diferentes medicamentos antidepressivos. Dezoito por cento dos homens deste grupo também relataram ejaculações dolorosas.16

Uma meta-análise mais recente sobre as implicações mais amplas da disfunção sexual relacionada a antidepressivos expõe o “impacto significativo” que esse efeito colateral tem sobre a qualidade de vida, relacionamentos, saúde mental e recuperação da pessoa.17 A extensa revisão explorou padrões de incidência, impactos fisiológicos e abordagens de tratamento de estudos recentes e históricos. Mais uma vez, vemos uma ampla gama de maneiras pelas quais os efeitos colaterais podem aparecer na população. Entre os problemas relatados:

Diminuição do desejo sexual, excitação, prazer  Orgasmo diminuído ou retardado, orgasmo doloroso  Disfunção erétil, ereções dolorosas Ejaculação retardada, problemas de ejaculação Perda de sensação na vagina, mamilos, pênis Excitação genital persistente e descarga da mama em mulheres

Essa análise confirma que 40% dos usuários de antidepressivos sofrerão algum tipo de disfunção sexual,18 com alguma variação na taxa de incidência com base no tipo de antidepressivo utilizado. Com relação ao tratamento de problemas sexuais relacionados à medicação, os pesquisadores admitem que “é mais arte do que ciência”.19 A falta de tratamentos baseados em evidências significa que é um jogo de adivinhação para os médicos e para o paciente, que agora está lidando com uma complicação significativa na sua tentativa de melhorar.

Retirada difícil. Talvez o segredo não revelado mais sujo sobre os antidepressivos seja o fato de que são, entre os medicamentos, os mais difíceis do planeta a serem retirados. Um relatório chocante lançado em 2014 mostrou que uma única dose de uma droga ISRS “altera drasticamente a conectividade funcional em todo o todo cérebro” após apenas algumas horas de ingestão, com os pesquisadores notando uma diminuição generalizada na conectividade na maioria das áreas corticais e subcorticais.20 Este é apenas um exemplo de como ao puxar um único fio da teia interconectada do corpo-mente são criados efeitos ondulares que os médicos ainda estão tentando entender.

A maioria das pessoas não começa a tomar antidepressivos, achando que nunca poderão parar. Se a jornada os leva a um estado em que se sentem saudáveis ​​e com capacidade para normalizar sua vida e seu corpo novamente, é um soco no estômago se dar conta de que os antidepressivos e medicamentos ansiolíticos como Xanax são tão viciantes como um opioide.21 Embora você possa chamar de “passar pelo desmame”, nós, profissionais médicos, fomos instruídos a chamar isso de “síndrome de descontinuação”, que pode ser caracterizada por reações físicas e psicológicas ferozmente debilitantes. A síndrome de descontinuação pode parecer uma gripe persistente e causar insônia, náusea, desequilíbrio ou vertigem persistentes, distúrbios sensoriais e hiperexcitabilidade.22 Outro efeito colateral comum da descontinuação do ISRS e da benzodiazepina são os “zaps cerebrais”, um fenômeno em que latejamentos como pequenos choques elétricos) são emitidos pelo cérebro quando tenta se recalibrar na sequência à redução das doses de medicação. Esses abalos viajam a partir do cérebro através de todo o corpo e podem ser acompanhados por sensações de desorientação e tontura, perda de equilíbrio e zumbido ou zunido nos ouvidos.23 Algumas retiradas de medicação podem levar meses, até anos, se feitas do jeito certo. Prepare-se para que a duração e a dificuldade do processo de desmame seja correlacionado estreitamente com o tempo em que ficou usando a medicação. 

Maior risco de violência. A FDA e a indústria farmacêutica tiveram enorme cuidado em esconder os múltiplos sinais de danos que surgiram devido ao uso de medicação antidepressiva. Este sigilo, combinado com o ritmo de lesma na condução de efeitos nos protocolos de tratamento médico, torna difícil responsabilizar qualquer médico que prescreve de não ter realizado um trabalho de investigação necessário para chegar à verdade. De 1999 a 2013, houve um enorme aumento de 240% nas taxas de mortalidade por prescrição de medicamentos psiquiátricos.24 Prescritos especificamente para evitar o suicídio, os antidepressivos vêm com uma tarja preta de “risco de suicídio” desde 2010. Uma análise de 2015 25 reexaminou os resultados de um influente estudo de 2007 intitulado “Estudo do Tratamento de Adolescentes com Depressão (TADS)” que encontrou um aumento de quatro vezes no suicídio entre adolescentes que usam ISRS, apesar do fato da publicação inicial 26  ter declarado não haver aumento de risco em relação ao placebo. De acordo com os dados disponíveis – três grandes meta-análises – mais tratamento psiquiátrico significa mais suicídio.27, 28, 29 

Mas suicídio não é o único modo de violência que os antidepressivos podem desencadear. Um estudo inédito analisando o uso de medicamentos prescritos por pessoas condenadas por homicídio na Finlândia descobriu que a prescrição de benzodiazepínicos e opiaceos antes do crime resultava em maior risco (223% de aumento) de cometer homicídio.30 Demonstrou ser um problema internacional, com um estudo sueco identificando um aumento estatisticamente significativo na violência entre homens e mulheres com idade inferior a 25 anos que tinham recebido prescrição de antidepressivos.31 Associadamente, onze antidepressivos, seis sedativos/hipnóticos e três drogas para transtorno do déficit de atenção e hiperatividade representaram a maior parte dos 31 medicamentos associados à violência relatados à FDA.32 Essas drogas estão implicadas em tiroteios, esfaqueamentos e tragédias nacionais e sempre que relatos de comportamento excepcionalmente violento surgem na esfera pública, suspeito que a prescrição psiquiátrica seja a causa mais provável. Estou provando estar certa com muita frequência.

4. O efeito dos antidepressivos não são uma cura.

Considere este cenário: Uma mulher que sofre de timidez incapacitante em situações sociais decide experimentar o álcool, o lubrificante social clássico, como uma maneira de relaxar e curtir a próxima festa do escritório. Isso funciona e ela começa a usar álcool regularmente sempre que precisa sair em público. Como essa estratégia parece funcionar, poderíamos concluir que essa mulher sofria de uma deficiência de álcool? Embora isso possa parecer hilário, é exatamente o que fazemos quando atribuímos propriedades curativas aos efeitos dos antidepressivos. Mesmo se aceitarmos a proposição de que essas drogas são úteis para algumas pessoas, extrapolar uma causa médica a partir dessa observação é o mesmo que dizer que as dores de cabeça são causadas por falta de codeína.

Álcool, codeína, antidepressivos, etc. exercem efeitos farmacológicos distintos que impactam a biologia humana. Síndromes de abstinência e longas listas de possíveis efeitos colaterais atestam essa realidade. Mas a natureza dos efeitos dessas substâncias, particularmente os antidepressivos, deriva mais do que pensamos que estamos experimentando do que de qualquer medida fisiológica. O trabalho inovador do Dr. Irving Kirsch lançou uma luz muito necessária sobre esse fenômeno, conhecido como efeito placebo. Graças ao trabalho do Dr. Kirsch, sabemos agora que a maior parte do efeito dos antidepressivos é atribuível às crenças ativadas que uma pessoa tem sobre o seu tratamento. Se o seu médico lhe der um “corretor químico do cérebro” e você acredita que este tratamento irá ajudá-lo a aliviar os sintomas, há uma boa chance que estará certo. De acordo com o trabalho do Dr. Kirsch, essas são estatisticamente as mesmas chances que você terá tratando com medicação antidepressiva, mas com risco absolutamente zero de efeitos colaterais.33

Longe de ser algum guerreiro holístico, o Dr. Kirsch é um clínico de formação clássica que começou a seguir uma pista. Suas descobertas mudaram completamente sua visão sobre as drogas antidepressivas; em vez de ativamente encaminhar pacientes para tratamento com antidepressivo ele passou a acreditar que os riscos não valem o pequeno potencial de benefício para os pacientes. Eles podem até preparar o caminho para mais problemas no futuro: “Em vez de curar a depressão, os antidepressivos populares podem induzir uma vulnerabilidade biológica, tornando as pessoas mais propensas a ficarem deprimidas no futuro”.34

E o que dizer de uma vulnerabilidade genética? Existe tal coisa como um gene da depressão? Um Estudo de 2009 sugere que aqueles com uma variação genética em seu transportador de serotonina estão três vezes mais propensos a ser deprimidos.35 Mas dois anos mais tarde, esta ideia foi eliminada por uma meta-análise de 14.000 pacientes publicada no The Journal of the American Medical Association que nega tal associação.36 Uma revisão de 2012 explorando o potencial de biomarcadores para a depressão reconheceu que, embora esse potencial exista, “genes específicos ou variações de seqüência de DNA relevantes envolvidos na patogênese da depressão ainda não foram identificados.”37 Desde o mapeamento do genoma humano, a ciência da epigenética tem feito muito para dissipar a crença de que nossa herança genética define nosso destino. Estudos sobre obesidade38 reforçam os achados sobre depressão e saúde mental – são nossas escolhas individuais, e não nossos genes, que têm impacto mais significativo sobre os resultados na saúde.39

5. A maioria das prescrições de antidepressivos é escrita por médicos de família (NÃO psiquiatras!) Sem nenhum protocolo de diagnóstico.

Já se passaram 50 anos desde que os primeiros medicamentos antidepressivos foram prescritos e o número de pessoas que recebem esses pequenos pedaços de papel que mudam sua vida aumentou constantemente desde então. De acordo com o Centers for Disease Control (CDC), a taxa de uso de antidepressivos nos Estados Unidos aumentou quase 400% entre 1988 e 2008,40 e os números ainda estão aumentando.41 A maior parte desse crescimento está sendo impulsionado por provedores não-psiquiatras prescrevendo medicação psiquiátrica.

Pesquisas mostram que, nos Estados Unidos, quase quatro em cada cinco prescrições de antidepressivos são dadas por médicos que não são profissionais de saúde mental treinados.42 “Saúde mental básica” (seja lá o que isso significa) tem sido considerada de domínio do médico clinico geral, mas o que explica o fato de quase 10% das visitas a um clinico geral terminam com uma prescrição de antidepressivos?

Ainda mais confuso é que quase dois terços dos pacientes que recebem prescrição de antidepressivos nunca tenham recebido um diagnóstico psiquiátrico formal.43 O que está acontecendo?

Graças à influência da publicidade das empresas farmacêuticas, agora “o tipo mais proeminente de comunicação sobre saúde que o público encontra”,44 as pessoas estão entrando nos consultórios de seus médicos, munidas de listas contendo nomes de remédios que acham que deveriam estar tomando. Essa tendência de auto-diagnóstico através de anúncios astutos é decididamente um fator, mas é a única razão pela qual os antidepressivos se tornaram a terceira droga mais prescrita no planeta? Acredito que o principal fator determinante é que os antidepressivos se tornaram o principal remédio para uma variedade surpreendentemente ampla de sintomas. Uma meta-análise de 2011 listou algumas das razões pelas quais os clínicos estão prescrevendo antidepressivos. Além de depressão, ansiedade e nervosismo relatados pelo paciente, outras razões para prescrição incluem sintomas psicossexuais, distúrbios do sono, desejo de parar de fumar e outros vícios. Outras razões incluem sensação de cansaço ou mal-estar geral, dor inespecífica, dores de cabeça, síndrome pré-menstrual e basicamente estar sentindo qualquer coisa que o paciente ou o médico considerem “anormal”.45

Talvez isso não fosse tão preocupante se esses medicamentos não fossem altamente causadores de adição e conhecidos por causar sérios efeitos colaterais. Mas qualquer droga que apresente aumentado de risco de suicídio, violência e homicídio induzido por psicose46 não deveria ser o padrão de atendimento! Ao prescrever sem uma avaliação diagnóstica adequada, os médicos não estão cumprindo seu compromisso de “em primeiro lugar, não cause dano”. É hora de todos médicos que prescrevem acordarem para a realidade dos antidepressivos e pararem de tratá-los como se fossem uma solução tamanho única para tudo o que aflige as pessoas. 

6. Condições de saúde física que imitam sintomas psiquiátricos.

Ao longo de um dia típico, todos experimentam diferentes estados fisiológicos, a maioria dos quais são determinados por uma combinação de biologia individual e escolhas pessoais. Às vezes nossa biologia e nossas escolhas não se misturam bem, e sentimos sintomas que chamo de “impostores psiquiátricos”. Esses estados são vivenciados como problemas de saúde mental: humor deprimido, ansiedade, incapacidade de concentração, confusão mental, inquietação, irritabilidade. Certamente, qualquer uma dessas queixas pode resultar em uma prescrição de antidepressivos dada por seu clinico! Mas o que tenho visto repetidas vezes na minha prática é que esses sintomas estão sendo conduzidos por processos fisiológicos sobre os quais temos total controle.

Os dois principais exemplos que vejo acontecer com quase todos os pacientes que trato são o caos do açúcar no sangue e a disfunção da tireoide. A reação instintiva da maioria dos médicos é pensar: “Eu preciso consertar o cérebro”. Mas, na realidade, precisamos olhar para o ecossistema de todo o corpo: saúde intestinal, interações hormonais, sistema imunológico, equilíbrio do açúcar no sangue e exposições a substâncias tóxicas. No caso do açúcar no sangue, mostro aqui um exemplo típico desse engano: você acorda e toma um copo de suco industrializado e um pão branco ou tigela de cereal. Seu pâncreas é confrontado com um turbilhão de açúcar, ao qual responde criando um contra-turbilhão de insulina. A insulina varre o açúcar das suas células para produzir energia. Uma vez que esse açúcar simples está metabolizado – e não demora muito tempo – a diminuição resultante no nível de açúcar no sangue pode alarmar o corpo e as glândulas supra-renais, fazendo com que compensem. Isso pode parecer ansiedade, nervosismo, náusea, dor de cabeça e até mesmo disparos do coração. Fadiga e nebulosidade geralmente seguem esse estágio, levando a um desejo de açúcar/carboidrato. Você vê como os elos desta corrente se conectam?

Dietas turbinadas por açúcar criam um ciclo de fome intensa, seguido por saciedade de curta duração que é o equivalente a estar em uma perpétua volta na montanha-russa de glicose-insulina. O consumo de carboidratos simples está associado à obesidade abdominal (e diabetes, doenças cardíacas, e…), que está ligado à inflamação, que é um biomarcador-chave para a depressão.47 É tão simples quanto conectar alguns pontos.

A Epidemia da tireóide

Quanto daquilo que chamamos de doença mental é, na verdade, dirigido pela tireoide? Na minha experiência, a grande maioria. E, em vez dos pacientes receberem diagnóstico e tratamento adequados para essa condição subjacente comum, recebem frequentemente antidepressivos, deixando a condição da tireoide  invisível e sem tratamento. Nos casos em que um problema de tireoide foi diagnosticado, o médico tipicamente prescreve Synthroid. Mas manter uma tireóide saudável é mais do que simplesmente dar um tapa com um band-aid químico. É uma conversa sofisticada entre o cérebro, a glândula, os hormônios e o recebimento de  células e tecidos.

O circuito da tireoide é regulado pelo hormônio cortisol, que é produzido pelas glândulas supra-renais e sinalizado pelo cérebro. As glândulas supra-renais são as responsáveis ​​pelos disparos rápidos de energia de sobrevivência, o sistema regulatório de briga ou fuga e é por isso que o hipotireoidismo pode se manifestar como ansiedade, palpitações, insônia e sudorese. Para chegar à raiz subjacente desses sintomas, muitas vezes confundidos com depressão e ansiedade, o médico deve identificar o estado da função adrenal e entender o que está sobrecarregando essas glândulas. Quantos médicos exploram isso diagnosticamente antes de prescrever medicações psiquiátricas? Encontrar um profissional que entenda essas conexões é fundamental para ter um diagnóstico completo e preciso. Quando inicio esta conversa com um paciente, o tópico logo muda para o estado de seu intestino, como comem e que tipo de provocações ambientais do sistema imunológico podem estar experimentando. Em outras palavras, começamos a falar de estilo de vida.

7. Intervenções básicas de estilo de vida podem facilitar os poderosos mecanismos de autocura do corpo para acabar com a depressão.

Este fato final sobre a depressão é indiscutivelmente o mais importante, porque contém a chave para o seu maior bem-estar. Quando digo aos meus pacientes que 30 dias de dieta diferenciada vão mudar a forma como enxergam sua depressão, a maioria olha para mim como se eu que precisasse de uma receita psiquiátrica! Deixando de lado a brincadeira, não me importo se não acreditam em mim. Esta é uma verdade que irão experimentar e uma vez que a sintam sei que nunca precisaremos procurar por outra cura qualquer.

O ponto que quero enfatizar aqui é que a depressão não é uma sentença para toda a vida, imposta a você por um médico que não se deu o trabalho de fazer as perguntas básicas sobre seu estilo de vida antes de lhe dar um diagnóstico e uma prescrição associada a ele. . . às vezes para toda vida. Você não está com defeito, não precisa de conserto. No entanto, precisa fazer um balanço sobre sua dieta, níveis de estresse e possíveis exposições tóxicas. E então você precisa de uma reinicialização.

Eu prescrevo uma dieta restritiva de 30 dias como um mecanismo de linha de base para todos os meus pacientes. Modificações dietéticas, como a eliminação de alimentos processados, a adição de gorduras saudáveis, a remoção de alergenos alimentares comuns e a adição de suplementos estratégicos de base alimentar redefinem o corpo para um novo ponto de partida natural. E se o paciente se alinhar 100%, posso observar a magia de uma fisiologia que se corrige por si mesma se desdobrando diante dos meus olhos.

Um dos trabalhos acadêmicos mais notáveis ​​que já li foi o perfil de tratamento psiquiátrico de uma mulher de 57 anos tratada por vários meses como paciente internada em uma enfermaria psiquiátrica.48 O tratamento incluía medicamentos antipsicóticos e antidepressivos. Além disso, ela recebia duas sessões de terapia de eletrochoque antes mesmo que alguém houvesse verificado seu nível de vitamina B12. Claro, estava perigosamente baixo. Dois meses depois de identificar sua deficiência básica de vitamina e suplementá-la de forma eficaz, voltou ao seu padrão de comportamento normal – em outras palavras, voltou a ser o “normal” dela mesma. Esta pessoa era alguém cujos sintomas levaram anos para se instaurar. Ela exibia choro, ansiedade, anormalidades de movimento, constipação, letargia e, eventualmente, distúrbios de percepção (ouvia o nome dela sendo chamado) e o mais grave em patologia psiquiátrica: catatonia. Apesar de seu tratamento na internação, ela permanecia suicida, deprimida e letárgica. Depois de receber um suplemento dietético simples, indolor e barato, ela se estabilizou e permaneceu estável sem nenhum tratamento adicional.

Casa limpa

A dieta não é a única intervenção de estilo de vida que precisa acontecer nesta jornada. Além de policiar o que entra em seu corpo, você deve considerar os produtos que coloca sobre o seu corpo. A indústria de produtos de higiene pessoal é uma fossa química de baixa regulamentação que lança constantemente novas e cheirosas maneiras para tomarmos banhos tóxicos. Os ftalatos, aditivos industriais usados para amaciar plásticos, são apenas um exemplo dos mais de 13.000 produtos químicos usados ​​em produtos de saúde e beleza, a maioria dos quais nunca são submetidos a testes de segurança.

Os ftalatos tornaram-se ingredientes básicos nos produtos para cabelos e unhas, maquiagem e produtos de higiene corporal.49 “Razoavelmente considerados como  carcinógenos humanos”,50 foi demonstrado que os ftalatos causam problemas reprodutivos e danos ao pulmão, fígado e rins.51 O que é mais preocupante sobre essa tendência? A FDA não exige que esses produtos químicos sejam aprovados, nem existe um ônus de prova sobre os fabricantes para garantir sua segurança.52 Apesar de muitos desses produtos químicos serem conhecidos ou suspeitos de serem carcinogênicos, eles nem sempre são listados no rótulo. Portanto, você deve se tornar um pouco super detetive para encontrar todas as maneiras pelas quais essas substâncias químicas insidiosas estão entrando em nossos lares, corpos e mentes.

Em 2015, o Environmental Working Group divulgou um relatório chamado “Ônus Corporal: A Poluição em Recém-Nascidos”, que produziu ondas de choque em toda parte. Pesquisadores de dois grandes laboratórios testaram sangue de cordão umbilical de 10 bebês nascidos em hospitais dos EUA entre agosto e setembro de 2004. Testes revelaram um total de 287 produtos químicos no grupo, com uma média de 200 produtos químicos industriais e poluentes em cada bebê recém-nascido.53 Quando abrimos nossos olhos para a miríade de maneiras que essas exposições nos comprometem, fica claro que os humanos modernos podem ter perdido o Éden, mas devemos perder nossas vidas também?

É tentador desviar o olhar à medida que a lista de substâncias tóxicas que atrapalham a biologia às quais estamos expostos cresce todos os dias:

  • Água fluoretada na torneira, que leva a declínio cognitivo54
  • Fragrâncias em produtos de limpeza e purificadores de ar que prejudicam o sistema endócrino55
  • Produtos químicos em drogas como Tylenol e analgésicos de venda livre que alteram a personalidade56
  • Triclosan (conhecido por causar câncer) em produtos antibacterianos e sanitizantes57
  • Parabenos em protetores solar e maquiagens que prejudicam os hormônios e aumentam os riscos de doenças58

Mas temos a obrigação de ficar cientes deles, se quisermos ter controle sobre nossos resultados de saúde. Pode parecer esmagador, mas existem maneiras simples e eficazes de contornar o acesso irrestrito que esses químicos tóxicos têm às nossas vidas e aos nossos corpos.

Acalme sua mente

Uma das coisas que mais mudam uma vida, que já enfrentei, foi encarar meu próprio senso de “nunca há tempo suficiente” e aprender a simplesmente ficar no momento. Independentemente do tipo de programa interno autolimitante que está executando, há uma maneira poderosa de virar o script e enviar um sinal diferente para sua mente subconsciente: a meditação.

Aprender a meditar foi, não tenho vergonha de dizer, uma das coisas mais difíceis que já fiz. Mas é sem dúvida uma das mais recompensadoras.

Eu sei o que você provavelmente está pensando (porque é o que eu costumava pensar): não tenho tempo pra isso! Mas a Kundalini Yoga é, indiscutivelmente, a mais poderosa das antigas tradições do yoga, oferece benefícios que suplementos, alimentos, exercícios e, certamente, drogas nunca poderão transmitir. A Kundalini é referida como uma tecnologia porque conecta mente e corpo através da respiração e do movimento de uma maneira que envia um sinal visceral de segurança para o sistema nervoso. Eu testemunhei saltos transformadores em apenas uma sessão de prática, em apenas três a onze minutos, que de outra forma levariam anos e anos de psicoterapia e trabalho pessoal para alcançar.

Outras intervenções de estilo de vida que enfatizo para meus pacientes envolvem priorizar o sono e estabelecer um ciclo de sono natural e saudável que esteja em sintonia com os biorritmos orgânicos. O aterramento é outra modalidade simples e clinicamente comprovada que ajuda a proteger você da enxurrada de EMFs (freqüências eletromagnéticas) inerentes ao nosso mundo moderno e conectado. Aterramento, ou ligação com a terra, foi demonstrado que reduz a inflamação, acelera a cicatrização de feridas e impulsiona a resposta imune do corpo, e no entanto, é tão simples quanto caminhar descalço no solo por alguns minutos por dia.59 Obter exposição solar natural e passar tempo na natureza não só é comprovado que aumenta a nossa imunidade, mas também nos ajuda a conectar com a fonte de tudo o que é. À medida que nos envolvemos mais naturalmente com a Terra, enviamos um sinal de calma ao corpo que precipita uma resposta de relaxamento curativo.

O sofrimento acaba onde o significado começa

Se você quer experimentar o seu melhor, é hora de exercer uma radical auto-responsabilidade. Tire seu futuro das mãos dos médicos e recupere-o. Comece com uma pergunta simples: por quê?

  • Por que estou passando por essa crise de saúde na minha vida?
  • Por que iria querer mascará-la com pílulas?
  • Existe uma mensagem dentro dessa experiência que eu deveria ouvir?

Quando algo dentro de você incomoda puxe o fio, e então va para onde ele te levar. A depressão é uma crise de oportunidade. Através da compreensão do que realmente está acontecendo dentro do seu cérebro, seu corpo e no fundo do seu coração, você verá que a depressão é uma mensagem que está lhe dizendo para corrigir a trajetória. E por isso, a depressão é também uma profunda bênção. . . e uma chamada a despertar altamente pessoal.

Quando uma pessoa está pronta para passar pela porta da mudança, a estrada em frente sempre se ilumina. A autodescoberta é um processo que exige que sejamos honestos conosco mesmos, às vezes doloroso. Com conhecimento para guiá-lo e uma comunidade de pessoas para apoiá-lo, você pode dar o primeiro passo no caminho para o seu próprio despertar. Agora é a sua chance de escolher uma nova história, de se envolver em uma transformação radical, de dizer sim para uma experiência de vida diferente: a vida que você sempre quis viver!

Junte-se à revolução. Saiba mais em A Mind of Your Own: How Women Can Heal Their Bodies to Reclaim Their Lives Ebook disponível no site da autora, dra Kelly Brogan:    https://kellybroganmd.com/

Tradução: Lia Beatriz Fleck

Link para o artigo original: https://kellybroganmd.com/7-facts-about-depression-that-will-blow-you-away/

REFERÊNCIAS

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