Meditação

A prática da meditação é uma reconhecida ferramenta para uma boa saúde mental que, se praticada regularmente, ajuda a aliviar os sintomas de depressão, estresse e ansiedade. A consciência mental, espiritual e emocional que os meditadores podem alcançar com a prática, ajuda-os a identificar os primeiros sinais, reconhecendo o problema antes que os sintomas se acentuem.

Como a meditação melhora a vida de quem tem sintomas de depressão?                                       

As inúmeras distrações que nos rodeiam, podem nos fazer perder o contato com nosso Eu e podemos, às vezes, enterrar nos porões da mente emoções com as quais não sabemos lidar. Uma das formas que a meditação nos ajuda é porquê, sem ser um tratamento e sim uma prática, é muito útil para trazer à tona essas emoções, que talvez sejam a causa subjacente de um desequilíbrio mental. Como ao meditar nos reconectamos ao nosso espaço interior e trazemos a mente sempre para o presente, ficamos cientes dos milhares de pensamentos e diálogos que acontecem lá e que muitas vezes nem percebemos. Com a prática contínua, despertamos para nossa “testemunha silenciosa”, que observa nossas divagações sobre o passado, as preocupações com o futuro, as ideias limitantes e pensamentos repetitivos, sempre  mantendo uma distância benevolente deles. A meditação diária é uma oportunidade de auto-ajuda, que nos possibilita reconhecer que podemos ter milhares de pensamentos e emoções negativos sem julgá-los, permitindo que venham à luz e reconhecer que nossa falta de autocompaixão, nos culpando ou achando que “não somos bons o suficiente”  podem não estar nos servindo.

O Dr. John W. Denninger, diretor de pesquisa no Instituto Benson-Henry para Medicina do Corpo Mente, no Hospital Geral de Massachusetts, diz num artigo publicado no Harvard Health Publishing que o estresse e a ansiedade são gatilhos para a depressão e uma prática regular de meditação pode ajudar, mudando a maneira como o cérebro responde a eles. Por exemplo, os cientistas demonstraram que o córtex pré-frontal medial se torna hiperativo em pessoas deprimidas e a meditação treina o cérebro para obter foco sustentado. Ao divagar e perder o foco, aprendemos a retornar a ele e a interromper os pensamentos negativos, aliviando os gatilhos para a hiperatividade. Outra região cerebral associada à depressão é a amígdala, ou “centro do medo”, responsável pela resposta de briga ou fuga. Ali são acionadas as glândulas supra-renais, que reagem, se a mente detecta um perigo mesmo sendo apenas imaginário. aumentando os níveis de cortisol (hormônio do estresse). Ao levar as qualidades da meditação para nossa vida diária e relacionamentos começamos a ver as reações acontecendo no momento presente, seja no trânsito, ao receber uma crítica, ou ao entrar numa discussão. Adquirimos a habilidade de observar objetivamente quando estamos sendo acionados a reagir e a identificar os gatilhos que disparam as reações, que em vez serem instintivas, passam a ser conscientes e respondemos com mais calma e objetividade. A meditação ajuda a quebrar a conexão entre essas duas regiões do cérebro e foi observado que os meditadores são capazes de transformar mais facilmente as sensações negativas, o que explica porquê os níveis de estresse caem. No entanto é como iniciar uma dieta, ou fazer exercícios, leva-se um tempo para sentir os resultados da meditação.

Buscamos a felicidade fora de nós                                                                                                        

Somos atraídos por riqueza, poder, sucesso, bens e afins, achando que proporcionarão felicidade duradoura e a buscamos nos lugares errados. O mundo físico só nos proporciona satisfação imediata e as coisas não são capazes de nos satisfazer por muito tempo. Quando o fascínio e a novidade esvanecem, nossas mentes assumem graus variados de insatisfação, que são expressos como agitação. As soluções “fora de nós” nos deixam presos no que pode ser chamado de “modo de insatisfação padrão”.

A insatisfação que experimentamos deve-se ao nosso estado interior, não às condições externas. As amizades vêm e vão, os filhos crescem e saem de casa, as finanças e a saúde podem deteriorar, nada é permanente. Quem não experimenta tristezas profundas ao longo da vida? A morte de ente queridos, um divórcio, ou outras perdas que resultam em luto, são circunstâncias pelas quais todos passam e quem consegue lidar melhor é quem consegue ver os desafios e dificuldades como aprendizados. Aceitar o que não pode ser mudado é a chave de ouro para alcançar a paz, em meio às adversidades. Não podemos mudar muitos acontecimentos, mas podemos mudar a forma como reagimos a eles.

A mente possui qualidades inatas que nos proporcionam bem-estar interior, mas se estamos sempre ocupados e distraídos com objetivos materiais, continuaremos nesse padrão pelo resto da vida, sem acessar as qualidades positivas da mente. Não precisamos de nada externo para nossa felicidade, porque as qualidades positivas como amor, afetividade, empatia, bondade e tantas outras, ja estão dentro de nós, mas precisamos acessa-las.

Na meditação nos conectamos à nossa pura essência divina, nos permitimos reconhecer que embora tenhamos pensamentos negativos, eles não precisam nos afetar pois não são quem somos. Através da pacificação da mente, com algo tão simples quanto fechar os olhos e repetir um mantra, ou contar as respirações, ficamos mais receptivos às intuições, começamos a cultivar equanimidade, compaixão e presença. Deixamos de ver a vida como inimiga, sentimos que o universo conspira a nosso favor e entramos no estado de “viver no fluxo”. O tempo parece parar e tudo que precisamos vem naturalmente. Nos conectamos com o campo de infinitas possibilidades e deixamos a vida seguir seu próprio rumo, sentindo gratidão pelo que ela nos proporciona, entregando ao Universo a realização de nossos desejos.

O resultado é a apreciação mais profunda da graça de nossa existência. Aprenda a meditar!

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