A Tristeza Perdida

A Tristeza perdida – Como a psiquiatria transformou a depressão em moda     por Allan Horwitz e Jerome Wakefield

Nos últimos anos, a depressão ter se transformado no distúrbio mais tratado por psiquiatras e o aumento do consumo de antidepressivos, demonstra, segundo os autores que a tristeza, comum a todo ser humano, vem sendo tratada como doença e expõe as implicações dessa prática para a saúde.

O fato de uma pessoa sentir uma tristeza profunda e intensa, por um tempo um pouco maior do que o esperado, em geral, proporcionou à psiquiatria contem­porânea uma confusão entre tristeza “natural” e transtorno mental depres­sivo.

Os autores criticam o modo como são feitos os diagnós­ticos, que ignoram a relação entre os sintomas e o contexto do paciente. Como resultado, qualquer reação a uma grande perda tem altíssima chance de ser diagnosticada como depressão, pois o critério se baseia no sintoma e não na causa do sofrimento.

O livro proporciona uma perspectiva crítica sobre a conceituação da experiência da de­pressão, como foi explorada por variados grupos e como sua classifi­cação mudou, de forma questioná­vel, com o passar do tempo. Os autores querem demonstrar que a tristeza intensa é uma capacidade natural humana e não uma fraqueza de caráter e que a tristeza é produto de processos mentais relevantes funcionando conforme foram biologicamente projetados para reagir às perdas. As vantagens e desvantagens de haver definições demasiado amplas de transtorno depressivo, bem como tratamentos injustificados, medicalização desne­cessária e estigmatização são também abordadas criticamente. 


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