Tratamentos Médicos Holísticos

Se você está buscando tratamento para sua depressão sem medicamentos tarja preta, saiba que há opções. Existem tratamentos que obtém ótimos resultados fora da medicina convencional. Numa rápida busca on line é possível encontrá-los.

Se, no entanto, você não encontrar ajuda através de profissionais comprometidos com tratamentos que levem em conta todos os aspectos da pessoa, pode pedir a seus próprios médicos para olharem além da droga maravilhosa mais recente e adotar outras estratégias. Os pacientes podem e devem pedir a seus médicos o tratamento que desejam, diz o cientista Andrew Saul criador do site www.DoctorYourself.com

 

A incidência de doenças mentais está aumentando, em parte por mudanças nos critérios de diagnóstico, comercializando a doença mental, num conluio entre médicos e pacientes em torno da "solução relâmpago", e em parte porque nossos corpos e mentes estão clamando em protesto sobre este mundo tóxico em que vivemos. Assuma o controle de seu corpo para curar sua mente - retome seu poder sobre sua saúde e testemunhe o poder de um novo estilo de vida.”

Kelly Brogan, MD

 

Em matérias de sites americanos, psiquiatras integrativos e/ou funcionais explicam seu trabalho nas áreas da depressão. Três especialistas renomados relatam como passaram a oferecer tratamentos integrais e humanizados, unindo conhecimentos de várias áreas para oferecer um tratamento holístico.

Os sintomas das doenças mentais podem ser tratados sem drogas através de alimentação saudável e mudanças no estilo de vida. Os médicos holísticos exortam seus pacientes a se afastar de drogas, álcool e fumo e outros elementos tóxicos para o ser humano, incentivam os exercícios físicos e uma boa noite de sono. Sugerem maneiras saudáveis ​​de se conectar com outras pessoas e com a natureza, indicam também uma prática espiritual. Através dessas intervenções surge a boa notícia que, com essas abordagens, vários outros problemas de saúde são igualmente resolvidos.

O Dr. Robert Hedaya, fundador do Centro Nacional de Psiquiatria Integral e professor clínico de psiquiatria na Faculdade de Medicina da Universidade de Georgetown, ao contrário de seus colegas da psiquiatria convencional, realiza uma detalhada avaliação de seus pacientes, examinando os sistemas básicos do corpo que, em desequilíbrio, podem se manifestar como doença mental.

"Essas perturbações subjacentes são as mesmas que estão causando as doenças crônicas da sociedade ocidental", explica ele. "Veja a inflamação, por exemplo: em uma pessoa, pode aparecer como diabetes, em outra como doença cardiovascular e comumente pode resultar em sintomas que são diagnosticados como depressão".

 

“Muitos psiquiatras avaliam um novo paciente rapidamente e baseiam seu diagnóstico e plano de tratamento nos sintomas que o paciente relata e o que eles presenciam durante o exame. Na maioria das vezes só receitam medicamentos, as vezes também recomendam psicoterapia”

Hyla Cass

 

O efeito placebo em ação

As pessoas ficam defensivas quando se menciona que os antidepressivos podem estar fazendo mais mal do que bem e há alternativas melhores. Muitos insistem que sua vida mudou para melhor ao iniciarem com antidepressivos e não concebem viver sem eles. Segundo a Dra. Cass, isso é devido ao efeito placebo. Se você acha que uma droga funciona, ela provavelmente funcionará. Mas o mesmo poder de crença pode ser aplicado a praticamente qualquer tratamento, incluindo uma pílula de açúcar. Estudos já concluíram que há muito pouca evidência de que os antidepressivos beneficiem pessoas com depressão leve a moderada, pois esses medicamentos não funcionam melhor que um placebo em pelo menos 80% dos casos.

Alternativas de tratamento mais seguras e mais eficazes

Em entrevista ao site Dr. Mercola.com a Dra. Cass explica que, ao contrário da crença popular, existem alternativas mais seguras e mais eficazes para a depressão do que os tratamentos com drogas. Recentemente, tem havido uma crescente frustração entre médicos e pacientes - a taxa de cura com medicamentos é baixíssima e os efeitos colaterais são bastante cruéis.

Na sua própria clínica, no inicio de sua carreira como psiquiatra, ela começou a perceber que o que as pessoas comiam e como viviam influenciava seu bem estar. As pessoas que comiam alimentos mais saudáveis ​​e mais naturais e praticavam atividade física se sentiam melhor e estavam muito mais saudáveis e questionou:

Por que então não focar em intervenções naturais para depressão?

A médica achava muito triste ver os pacientes, além dos desagradáveis sintomas depressivos, ainda precisarem lidar com os efeitos colaterais severos dos medicamentos. Assim, pensava Cass, se há alternativas que funcionam e não interferem na libido, não causem o "achatamento emocional" que é uma ausência de emoções, etc., porque sujeitar os pacientes a tantos riscos e mal estar? Pois os psicofármacos podem também causar outros efeitos sérios, em algumas pessoas, como pensamentos de suicídio e até de homicídio que, tragicamente, as vezes, se transformam em ações.

Depressão é um sintoma. Depressão não é uma condição. Não é uma doença; é simplesmente um sintoma ...

O cérebro é um órgão sofisticado, o centro de controle de todo o nosso corpo, e não é corretamente avaliado. Ao aparecer um sintoma de depressão, ansiedade ou insônia e receber apenas uma receita, para a Dra. Cass, não pode ser considerado um bom cuidado médico.

 

“Estamos vendo mais recaídas do que costumávamos ver em psicose e depressão. Antes das pessoas tomarem remédios na quantidade que tomam hoje em dia, tinham um episódio depressivo, se recuperavam e não teriam necessariamente outro... agora estamos tendo muito mais depressão e psicose com recaída crônica do que antes da introdução da medicação. Se observa, também, que há cada vez maior incidência de doença bipolar. Algo está acontecendo, os medicamentos estão realmente mudando o cérebro e isto é assustador. Algumas pessoas, ao iniciar com antidepressivos quando começam a ficar deprimidas, acabam se tornando bipolares e, logo já são colocadas sob um coquetel de medicamentos que deverá ser usado pelo resto de suas vidas."

Hyla Cass

 

A nutrição é essencial para uma função cerebral adequada

Uma grande desvantagem do sistema convencional de saúde mental é que poucos médicos têm tempo para buscar a raiz do problema de cada paciente, simplesmente prescrevem-lhes medicamentos. Médicos com visão holística dedicam tempo para encontrar a causa dos sintomas, observando a psicodinâmica, mas também avaliando o estado geral. Verificando se há infecção, toxicidade, deficiência de vitaminas, anemia por deficiência de ferro pois muitas deficiências causam sintomas que se parecem com os de depressão.

Sem fazer um exame médico completo, buscando a causa, procurando desequilíbrios: hormonais, da tireoide, das adrenais, sensibilidades alimentares, para citar algumas das possíveis causas, não é possível ter uma visão do que realmente está acontecendo.

A Dra. Kelly Brogan, psiquiatra, relata em entrevista ao The Huffington Post: “Nova Psiquiatria: Esqueça Tudo o que Pensa que Sabe sobre Saúde Mental”  porque mudou seu posicionamento convencional quando ouviu uma paciente, em meio a lágrimas, contar sua jornada. Três meses após o nascimento de seu bebê começou a ter taquicardia, insônia, irritabilidade, e uma série de problemas físicos, incluindo dores nas articulações e perda de cabelo. Após dois anos tomando quatro remédios psiquiatricos ela se sentia pior do que nunca. Ninguém pediu exame algum ou perguntou sobre sua dieta, ou sobre qualquer uma das inúmeras mudanças no funcionamento do seu corpo mudanças em seu funcionamento.

 

"A Depressão Não é Uma Deficiência de Serotonina corrigida por Zoloft, está na hora de falar com os pacientes com respeito, honestidade e oferecer-lhes mais do que uma ou varias pílulas. As mulheres merecem mais. As pessoas merecem mais. A maioria dos pacientes que vêm a mim para tratamento querem respostas, querem saber por que estão sofrendo.

Infelizmente, graças à publicidade direta ao consumidor com o aval cúmplice e sem evidências do FDA, foi vendida ao público uma ideia mentirosa sobre a causa subjacente da depressão."

Kelly Brogan    

Seria Inflamação?

Os três especialistas creditam os muitos dos sintomas, que são diagnosticados como depressão, de fato provém de uma questão que só recentemente vem sendo estudada: a inflamação.

Muitos pesquisadores estão convencidos de que a depressão pode ter um componente inflamatório significativo, pensa a Dra. Brogan. Assim como a febre é um mecanismo do sistema imunitário para erradicar intrusos, suprimir a febre, não serve para resolver a infecção, ao contrário. Da mesma forma, suprimir os sintomas da depressão não consegue o reequilíbrio, e irá provavelmente resultar no fenômeno de deslocamento de sintomas e resolução prolongada. Meta-análises recentes identificaram pelo menos 24 estudos que correlacionam os níveis de citocinas inflamatórias, como PCR, IL6 e TNFalpha com estados de depressão.

Sensibilidades alimentares - uma causa comum, mas oculta, da depressão

Como o glúten pode afetar seu cérebro? A resposta tem a ver com inflamação Quando o glúten inflama o intestino, também inflama o cérebro. Ambos estão conectados. O intestino é o segundo cérebro.

Na prática, a Dra. Cass viu muitas pessoas se recuperarem de uma depressão grave ao retirarem o glúten. Como o nível de glúten nos grãos está muito mais alto hoje em dia, pode causar depressão em quem for sensível a ele. Nesse caso, deve-se remove-lo completamente da dieta. Um dos primeiros passos para resolver problemas como ansiedade e depressão é limpar a dieta e cuidar da saúde intestinal. Evitar a comida industrializada, que é altamente promotora de inflamação. Assim como a sensibilidade ao glúten, muitos outros problemas médicos tem sintomas que se parecem com os de depressão, por exemplo: desequilíbrios da tireóide, anemia, alguns tipos de infecção, doença de Lyme ou síndrome da fadiga crônica.

O Que Leva à Inflamação?  Alguns alimentos contribuem mais para a inflamação e afetam o cérebro, segundo a Dra. Brogan:

“O Açúcar, presente em quase todos os alimentos embalados vem com diferentes nomes - cana de açúcar, frutose, xarope de milho de alta frutose e outros. Além de alteração do humor e ansiedade, o açúcar provoca mudanças nas membranas celulares, em artérias, no sistema imunológico, hormônios e intestino."

Alimentos como glúten, soja e milho já foram identificados como sendo alergênicos, talvez a natureza do seu processamento, hibridização e modificação genética, tenha os tornado irreconhecíveis para o sistema imunológico humano. Além dos já citados, os laticínios processados, quando não completamente digeridos, resultam em peptídeos que, uma vez passados através da barreira do intestino, podem estimular o cérebro e o sistema imunológico de formas inflamatórias."

Kelly Brogan    

A incidência da epidemia de doenças autoimunes é um reflexo direto da agressão ambiental ao nosso sistema. Infelizmente, os distúrbios autoimunes têm tipicamente manifestações psiquiátricas. Isso faz sentido - o sistema imunológico do corpo está falhando e as células de imunidade do cérebro (chamadas microglia) seguem o exemplo. Além de inflamação excessiva, doenças autoimunes, como a tireoidite de Hashimoto também resultam em sintomas relacionados a danos aos tecidos. A tireoide funcionando em baixa ou irregularmente pode causar ansiedade, depressão, mudança de humor, pensamento turvo, alterações de metabolismo e fadiga.

Muitas mulheres "deprimidas" estão na verdade na perimenopausa   

Segundo a Dra. Cass, surpreendentemente, 23% das mulheres com mais de 40 anos usam antidepressivos, provavelmente, devido a erros de diagnóstico pois não é observado que, de fato, o que está ocorrendo são desequilíbrios hormonais. As mulheres estão entrando na menopausa mais jovens atualmente, algumas até antes dos 40 anos. Mulheres que nunca tiveram TPM e subitamente sentem-se deprimidas e irritadas por estarem passando por momentos difíceis, quando vão ao médico recebem uma receita de antidepressivo quando o que precisam é equilibrar seus hormônios. Os hormônios bioidênticos são muito seguros e quando uma mulher recebe os hormônios que necessita, e existem exames específicos para verificar se os níveis hormonais estão desequilibrados, a ansiedade e irritação desaparecem e, em pouco tempo, ela se sente ótima novamente. Outras coisas usuais que podem ser feitas para melhorar os sintomas passam por uma boa dieta, verificar se o fígado está desintoxicando adequadamente o corpo e existem ervas como cardo de leite ou silimarina para suporte ao fígado. Há ervas já muito pesquisadas que ajudam nos sintomas da menopausa e TPM, como dong quai , cohosh preto e vitex.

Black Cohosh

Silmarina

Dong Quai

Estresse e Solidão

O corpo tem a capacidade de retomar o equilíbrio quando os obstáculos são removidos e a Dra. Kelly Brogan conta que observa isso e aprecia como, ao remover um obstáculo importante, a resposta ao estresse é ativada. A maioria das mulheres se ocupam demais, falta-lhes um tempo sem nenhuma atividade. Precisam reservar 10-20 minutos por dia para promover uma prática de meditação ou até um relaxamento simples, apenas respirando, contando até seis na inspiração e até seis na expiração. Ao fazer isso, deve imaginar o ar fluindo para dentro e para fora através do coração e cultivar um sentimento interno de gratidão. Os benefícios desta prática, tão simples, são enormes.

O Dr. Robert Hedaya recomenda evitar a solidão, mantermo-nos conectados com outras pessoas e ele compara os seres humanos aos neurônios: “quanto mais conexões um neurônio tem com outros neurônios, mais vibrante ele é. Quando as conexões são cortadas, um neurônio solitário pode murchar e morrer.” Da mesma forma, os seres humanos precisam ter conexão com outros seres humanos e com a natureza para prosperar. Ele sugere também que devemos desenvolver uma prática espiritual.

"Seja lá com o que você está estressado, sua estrutura cognitiva tratará as coisas como mais ou menos estressantes. Com uma prática religiosa ou espiritual, você desenvolve a perspectiva de que há sentido na vida e que não estamos sozinhos. Acho que a importância disso é muito subestimada no campo psiquiátrico. Se você sente que tudo depende de você, é muita pressão. Quando você acrescenta a isso a maneira como muitas pessoas vivem isoladas, se torna uma receita muito tóxica."

Robert Hedaya

Fontes:

Revista online Experience Life,  autora:  Kristin Ohlson  é escritora e autora em Portland, Oregon.

Entrevista ao site Dr. Mercola.com disponível no site da Dra. Hyla Cass   

Entrevista ao site The Huffington Post: “Nova Psiquiatria: Esqueça Tudo o que Pensa que Sabe sobre Saúde Mental” 

Tradução: Lia Beatriz Fleck

Dra. Hyla Cass

Nascida em Toronto, formou-se na Faculdade de Medicina da Universidade de Toronto, estagiou no Condado de Los Angeles-USC Medical Center e completou sua residência em psiquiatria no Cedars-Sinai Medical Center / UCLA. É diplomata do Conselho Americano de Psiquiatria e Neurologia (ABPN) e do Conselho Americano de Medicina Holística Integrativa (ABIHM). Autora de vários livros mais vendidos, incluindo: Natural Highs, 8 Weeks to Vibrant Health, Supplement your Prescription: What Your Doctor Doesn’t Know About Nutrition, and The Addicted Brain and How to Break Free. Membro do Conselho Consultivo Médico do Instituto de Ciências da Saúde e da Revista Taste for Life, ela também é editora associada da Total Health Magazine, atuou nos conselhos da California Citizens for Health e da American College for Advancement in Medicine (ACAM) .

Dr. Robert Hedaya

Dr Hedaya

Robert J. Hedaya, MD, ABPN, DLFAPA, IFMCP, é certificado pelo Conselho Americano de Psiquiatria e Neurologia, membro da American Psychiatric Association e certificado como proficiente em psicofarmacologia pela Sociedade Americana de Psicofarmacologia Clínica. Especializou-se em psiquiatria no Instituto Nacional de Saúde Mental. É Professor no Centro Médico da Universidade de Georgetown, no Instituto de Medicina Funcional, no Instituto de Pesquisa Walsh e na Escola de Medicina da Universidade de Georgetown.

Dra. Kelly Brogan

Kelly Brogan, M.D. is a holistic psychiatrist, author of the NY Times Bestselling book, A Mind of Your Own, Own Your Self, the children’s book, A Time For Rain, and co-editor of the landmark textbook, Integrative Therapies for Depression. She is the founder of the online healing program Vital Mind Reset, and the membership community, Vital Life Project. She completed her psychiatric training and fellowship at NYU Medical Center after graduating from Cornell University Medical College, and has a B.S. from M.I.T. in Systems Neuroscience. She is specialized in a root-cause resolution approach to psychiatric syndromes and symptoms.

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